terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Para. Para tudo. Já.

Uma das maiores panacéias que vêm sendo vendidas à sociedade brasileira é que a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia irá nos assegurar segurança energética no futuro. Há também toda uma chantagem do tipo "ou isso ou as termelétricas", estas, que seriam apenas uma reserva energética mas que estão literalmente a todo vapor e a todo CO2, além de levarem a um aumento no valor médio da tarifa. A ostensiva campanha em torno de Belo Monte, Jirau e outros belos monstros anestesia grande parte da sociedade brasileira, que prefere ver os povos indígenas do Xingu e do Tapajós completamente extintos a trocarem seu chuveiro elétrico por um sistema de aquecimento solar de água (calma... de que água mesmo estamos falando?).



Como se o absurdo que é a inviabilização colonialista do modo de vida tradicional dos povos da região para atender à demanda urbana (como se nosso modo de vida fosse em si superior), vários argumentos embasados do ponto de vista técnico e científico já foram apresentados para que se refletisse melhor sobre a implementação desses projetos. Os lagos são demasiado grandes, há emissões de metano significativas associadas à decomposição da matéria orgânica após o processo de alagamento, a topografia menos acentuada, juntamente com a sazonalidade impedirão um rendimento razoável por parte de usinas como Belo Monte etc.

Mas o que sempre me deixava com pulgas aos montes detrás da orelha é que eu não tinha visto uma análise do impacto das mudanças climáticas na vazão afluente dos rios em que estão instalando tais usinas hidrelétricas. É inacreditável, ao sabermos que o clima está se modificando com rapidez e de forma perigosa, afetando o ciclo hidrológico, que os governantes não tenham olhado para essa questão antes de tocar adiante os referidos projetos, não é? É. Tão inacreditável quanto real.

E eis que, no desenvolvimento de um belo trabalho de mestrado de um dos alunos que oriento, sobre mudanças no risco de incêndio florestal na Amazônia, a revisão bibliográfica dele trouxe citações de um artigo muito interessante, na Environmental Research Letters. O trabalho, de autoria de pesquisadores da Universidade Rutgers, nos EUA, e da Universidade de Santiago de Compostela, mostra, usando um dos modelos globais que melhor representa o clima da Amazônia no presente e passado "recente" (da era pré-industrial até hoje), o que esperar de mudanças em diversas variáveis hidrológicas sobre a região.

Comparando o final dos séculos XXI e XX, alguns resultados concordam com os de vários outros grupos de pesquisa, inclusive com o que estamos obtendo de maneira independente, em nossas simulações com modelos climáticos regionais. Há praticamente um consenso de que as mudanças no ciclo hidrológico da Amazônia levarão a uma menor disponibilidade hídrica na porção leste da região, colocando em risco o bioma da floresta justamente ali.

Mas no artigo de Pokhrel et al. o que me chamou a atenção foi a projeção de mudança nas vazões dos rios amazônicos, particularmente... no Xingu e no Tapajós. O resultado obtido pelos pesquisadores assusta e é mostrado na Figura abaixo, que mostra as vazões em milhares de metros cúbicos.
Vazões dos rios amazônicos, segundo projeções utilizando o modelo do sistema terrestre HadGEM2-ES, com modelagem de água através do modelo hidrológico LEAFHydro-Flood. As vazões do século XX são indicadas por linhas azuis e as do século XXI por linhas vermelhas.
Chama a atenção, de imediato, que em praticamente todos os rios existe uma tendência à redução nas vazões, o que se dá não apenas em mudanças na precipitação, que só tendem a se reduzir no leste da Amazônia, mas muito em função da evaporação aumentada pelas altas temperaturas (a Amazônia é um dos locais em que se espera aumentos de temperatura vários graus acima da média global de acordo com quase todos os modelos climáticos globais do CMIP, programa de comparação de modelos que subsidia os relatórios do IPCC). Na verdade, somente o Purus e o Solimões tem a sua vazão máxima pouco alterada. Mas o que é mais significativo é o que acontece justamente no Xingu e no Tapajós, em que as vazões de fevereiro a maio são reduzidas a menos da metade.

Os povos do Xingu estão sendo sacrificados para que tenhamos
energia elétrica? Ilusão sua! Estão sendo sacrificados por nada,
ou melhor, pelo lucro de um punhado de empreiteiras, pela pura
sanha de devastação por trás do chamado "Programa de Acele-
ração do Crescimento",
Num cenário como esse, as usinas, que já eram jocosamente chamadas de pirilampos ("acenderiam", fornecendo eletricidade no período de cheias e "apagando" no período de baixas vazões), por ironia do destino não teriam mais problema de sazonalidade: não funcionariam, senão precariamente, em nenhuma época do ano. Juntamente com todas as denúncias feitas por movimentos sociais, especialmente o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, essa constatação multiplica de vez os tons de bizarrice das grandes barragens amazônicas.

O resumo é claro: podemos estar matando milhares de quilômetros quadrados de florestas, desalojando dezenas de comunidades indígenas, inviabilizando o modo de vida de muitos milhares de indígenas e ribeirinhos, transferindo bilhões de reais para os bolsos das empreiteiras, por literalmente nada. Um mínimo senso de responsabilidade demanda que uma revisão urgente de todos esses projetos seja realizada, considerando os cenários de mudança climática para meados e final do século XXI.

10 comentários:

  1. BELO MONTE... SIM, SENHOR!
    http://pedroseverinoonline.blogspot.com.br/2012/11/belo-monte-sim-senhor-a.html

    Sempre fui e continuo sendo a favor da energia renovável (energia que vem de recursos naturais, como sol, vento, marés, chuvas e energia geotérmica, entre outras). Entretanto, sou a favor da construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte.

    Partindo da premissa, de que a “Força Matriz Energética” do Brasil, ser Hidroelétrico, e o Brasil, deter 12% dos recursos hídricos mundial, ou melhor, da Água Doce da hidrosfera terrestre, e além do mais, ser de caráter de urgência (urgentíssima) às construções não só da hidroelétrica de Belo Monte (sua potência instalada será de 11.233 MW), como também, as usinas hidroelétricas de Girau (que terá capacidade instalada de 3.750MW) e Santo Antonio (com potência instalada de 3.150 MW) as 3(três) hidroelétricas juntas Belo Monte, Girau e Santo Antonio, totalizará uma potência instalada de 18 133 MW, que, certamente, atenderá o Brasil no seu rumo do desenvolvimento sustentável.

    E o Brasil, está passando por esta “Crise de Energia Elétrica” agora, entre 2011 e 2012, é público e notório, a serie de apagões pelo Brasil afora, além do mais, os níveis dos mananciais hidroelétricos brasileiro, estão operando com níveis baixos de acumulo de água. Sobradinho, por exemplo, que neste atualidade/Novembro/2012, está com somente 23,9% do seu volume útil. É bom lembrar que tudo isto nos faz recordar do apagão de 2001 da época de FHC, e pelo visto, ainda de fato, a grosso modo, estamos vivendo a Crise de Energia Elétrica” da época do apagão de 2001 de FHC”.

    Em suma, é inadmissível um país como o Brasil, de dimensão continental, maior detentor de água doce do planeta, através das bacias hidrográficas da Amazônica, do São Francisco e do Tocantins–Araguaia e Platina, aonde são despejados em torno de 200.000(duzentos mil) de metros cúbicos por segundo (m3/s) nos mares (Oceano Atlântico) das suas respectivas regiões, aonde se deveria, acumular esta água que está indo para o mar para num futuro próximo, atender as demandas, que é crescente, para o desenvolvimento sustentável e sermos maior do mundo, como já somos, detentor deste liquido precioso, o “Ouro Líquido”, que é a “Água”.

    E que, “No terceiro milênio, o problema crucial da humanidade vai ser a escassez de água, e o Brasil, ser o maior detentor deste líquido precioso, e que, no futuro próximo, a água, vai ter mais valor que o petróleo.
    Vide Livro: Água: a Essência da Vida.

    DIANTE DISTO, UM MOMENTO DE REFLEXÃO:
    “Imagine você, o Nordeste, até mesmo, o Brasil sem o Sistema CHESF... Hoje, estaríamos todos nós nordestinos, no atraso “Politico-Econômico-Social, ou melhor, no tempo, do Nordeste”... Do “Candeeiro”.
    E que também, imagine o Norte/Nordeste, ou melhor, todas as regiões do Brasil. Daqui até 2(duas) ou 3(três) décadas para frente... Sem as Usinas Hidroelétricas de Belo Monte, Girau e Santo Antônio... Certamente, seria o Brasil, um “País Subdenvolvido Sustentável”.
    Pense nisso!
    Do Escritor Pedro Severino de Sousa.
    João Pessoa(PB), 10.11.2012

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  2. Em síntese, porque sou a favor da "Construção de Belo Monte":

    Sempre defendi as Construções de Hidroelétricas...Como por exemplo, do Sistema CHESF( “Imagine você, o Nordeste, até mesmo o Brasil...Sem o sistema CHESF...Hoje, estaríamos todos nós nordestinos...No atraso “Politico-Econômico-Social”...Ou seja,No tempo, do Nordeste...Do “Candieiro”)...

    Alem do mais....A Construções de Belo Monte, vai aumentar a capacidade máxima de acumulação de Água...Para o 'Desenvolvimento Sustentável do Brasil...

    Em cima de tudo...É inadmissível um pais, “Brasil” de dimensão continental, maior detentor de água doce do planeta, através das bacias hidrográficas (bacia amazônica, bacia do S. Francisco, bacia do Tocantins Araguaia e bacia Platina), aonde são despejados milhares de metros ou talvez milhões de metros cilíndricos por segundo (m³ /s) nos mares (oceano atlântico) das respectivas regiões, quase sem nenhum aproveitamento ao longo dos cursos de suas bacias hidrográficas pelos poderes públicos constituídos (federal, Estadual e Municipais).

    É inconcebíveis, que o Brasil um país gigante por natureza, com abundância de recurso hídrico tanto concernente ao lençol freático (águas subterrâneas), águas superficiais (rios, lagos, represas e açudes) e águas litorâneas (apesar de salgadas) que se estendem do Oiapoque ao Chuí, com o litoral de quase 8000 (oito mil) quilômetros de extensão. Entretanto, algumas metrópoles regionais, como, por exemplo: Recife PE (Veneza brasileira) banhada por dois rios: Capibaribe e Beberibe e a sua população está sofrendo com falta de água potável para seu consumo. Isto é, um descaso dos poderes públicos, um absurdo!

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  3. Prefere a volta à idade da pedra lascada ?

    Como um cientista do clima, pode ser contra a produção de energia elétrica a partir da água ?

    Só se for por crença político-ideológica !

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  4. Eu pretendo exatamente evitar que sejamos atirados a uma barbárie completa, muito pior do que a "idade da pedra lascada".
    Infelizmente, os leitores não foram exatamente leitores. O que o artigo mostra é que, com base em informação científica recente, a vazão dos rios Xingu e Tapajós diminuirá drasticamente, inviabilizando o que já seria um funcionamento muito precário. Sugiro nova leitura, desta vez atenta.

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  5. Energia não dá em árvore !
    Se você fosse um biólogo, eu entenderia seu posicionamento por razões emocionais.
    Mas um físico, tem ótimos fundamentos nos conceitos de energia, e nas grandezas envolvidas.
    Acho muito estranho seu posicionamento contra a geração de energia elétrica com água.
    Se você souber de qualquer outro modo de gerar energia, que seja mais limpo e barato que a hidrelétrica, apresente.
    Será muito bem vindo. Estamos precisando.

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  6. Aos defensores de Belo Monte que aqui vieram aparentemente sem entender o teor do texto (que diz claramente que a usina, que já iria gerar pouquíssima energia para a dimensão do impacto ambiental no clima atual, com a redução muito provável da vazão do Xingu se tornará um monumento à devastação), apenas peço que opinem sobre a propina ao ex-ministro Edison Lobão que atesta que a pressa e a imposição em construir a tal usina nada tem de compromisso com a segurança energética e é motivada por outros interesses. Além de canja de galinha, há outras coisas que "não fazem mal a ninguém": energia solar, políticas de eficiência energética e repotenciação de unidades instaladas e um outro modo de produção e de vida, que demande menos eletricidade e que a produza de forma democrática e descentralizada. Nessa lista, o belo monte de propinas não está!

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  7. Que prendam o Edson Lobão. Que prendam todos os ladrões. Que prendam os dirigentes de ONGs que roubam e desviam dinheiro público e privado. Que prendam os motoristas que dão propinas aos guardas de trânsito, inclusive os próprios guardas que recebem. Que prendam os empresários que dão propinas bem como os que sonegam impostos, fazendo caixa-2.

    Mas nada disso tem a ver com geração de energia elétrica.

    O papo aqui não é sobre corrupção. É sobre energia elétrica. É sobre a geração de energia elétrica.

    Se você não tem argumento sobre energia elétrica, apenas assuma isso.

    E se não existisse propina, valeria a pena produzir energia elétrica com água, ou não ?

    Nas "outras coisas" que você cita, como energia solar, políticas de eficiência energética, repotenciação de unidades instaladas, e qualquer outra coisa, não vai haver propina ?

    Só existe propina se for hidrelétrica ?

    E se o Brasil nunca mais construir hidrelétrica, nunca mais teremos propina ?

    É muita idiotice misturar as coisas. Vamos derrubar todas as pontes, viadutos e prédios públicos que foram objeto de propina ?

    Vamos parar de construir qualquer coisa, porque(infelizmente) temos a certeza de que vai haver propina ?

    Vamos ficar sem água potável e sem energia elétrica, porque não se faz nenhuma barragem no Brasil sem propina ?

    Eu não defendo a propina. Eu apenas não acho inteligente o discurso de protestar contra uma usina necessária, na opinião de todos os especialistas em energia elétrica do Brasil, exceto os fabricantes e vendedores de torres eólicas e solares.

    E se na sua opinião o Rio Xingu vai diminuir sua vazão, acho mais urgente ainda a construção da usina, para aproveitar enquanto ainda tem água. Quando não houver mais água, a energia elétrica será o menor de nossos problemas. A devastação ou preservação não fará a menor diferença.

    E tem mais uma coisa, que você não assume, que é o fato de que a devastação daquele local já se encontrava em estágio avançado, muito antes de haver usina. E que a devastação iria e irá continuar inexoravelmente, com ou sem a usina.

    E se, por um acaso muito improvável e só para satisfazer seu sonho, toda a civilização mudasse seu modo de vida, só para não construir Belo Monte, os primeiros a protestar seriam os índios, que já não sabem viver sem suas picapes, seus barcos a motor, suas TVs, etc.

    Sentimentalismo é uma coisa que se acaba na primeira semana de verão sem ar-condicionado e sem água para tomar banho. Sem papel higiênico e sem pasta de dentes.

    Vamos parar com a hipocrisia ?

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    Respostas
    1. Vou abstrair do seu tom agressivo para fazer uma última tentativa didática de mostrar o básico do básico para você, Aníbal. Uma usina hidrelétrica não se justifica por poucos anos de uso, nem sob o ponto de vista das emissões, afinal é sabido que de início ela envolve enormes emissões de metano e CO2 por conta da área alagada, especialmente se essa área contiver grande quantidade de biomassa. Dá para entender isso?

      Segundo, o Brasil precisa de uma importante reorientação da sua matriz energética, com uma programação de desligamento do conjunto de termelétricas, iniciando pelas movidas a carvão (como a do Pecém, mais poluidoras e grandes consumidoras de água), movendo os recursos que hoje se destinam a subsidiar os combustíveis fósseis para um programa nacional de instalação de painéis solares para que as próprias residências gerem, no mínimo, a maior parte da energia por elas consumida, o que levaria, inclusive, à redução das contas de luz da maioria das pessoas.

      Promovendo a eficiência energética, eliminando perdas e desperdícios, girando a indústria para setores que demandem menos energia, recuperando e repotenciando as atuais hidrelétricas, adotando um programa socioambientalmente justo de energia eólica, privilegiando a geração solar descentralizada e sobretudo mudando o modelo de desenvolvimento para um que inverta a lógica de uma demanda sempre crescente de energia (impossível de ser atendida) será possível praticamente zerar as emissões do setor, distribuir renda e ainda evitar os riscos de apagão.

      Mas claro, há os que preferem tapar o sol com a peneira e se negarem a ver que as apostas do poder público em nosso país no que diz respeito à política energética não têm sido ditadas pela perspectiva de atender às reais necessidades da maioria da população, muito menos numa lógica de preservação ambiental e de solução da crise climática, mas de favorecer empreiteiras, companhias de geração e distribuição elétrica que se beneficiam do sistema centralizado.

      É infelizmente graças à mentalidade que você bem expressou, que não permite um raciocínio de vida fora do paradigma do eterno crescimento e acumulação do capital, que se passa por cima de povos tradicionais, de ecossistemas e, ao fim e ao cabo, de nosso próprio tecido social, que ainda não saímos desse rumo desastroso e rumamos para o pior dos destinos, como cobra que engole o próprio rabo. Seria muito bom que você pelo menos entendesse realmente o que é uma função exponencial para que pudéssemos estabelecer um diálogo produtivo.

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  8. Vou abstrair da sua recusa em entrar na parte técnica de geração de energia elétrica, para tentar demonstrar o básico do básico do assunto para você:

    " Uma usina hidrelétrica não se justifica por poucos anos de uso... "

    Essa é uma conta que tem várias incógnitas, e você não foi capaz de demonstrar por nenhuma delas, que a usina não valha a pena, ou em quantos anos ela se tornaria limpa. Nem foi capaz de demonstrar também o custo ambiental da geração equivalente com painéis solares, e em quantos anos eles se tornariam limpos. Isso sim, daria credibilidade ao seu discurso, caso os números confirmassem seu discurso.

    Mas, aí você teria que apresentar os números e eles poderiam ser facilmente checados, não é mesmo ? E você não quer se arriscar, não é ?

    Ou painéis solares dão em árvore ?

    Gerar energia com painéis solares é muito mais caro, mais poluidor e mais inútil que gerar com água.

    Se todas as residências do Brasil fossem dotadas de painéis solares com os atuais kits solares do mercado, teríamos um enorme problema no sistema energético do Brasil, porque no horário de pico de consumo, não há sol, e o consumo teria que ser suprido integralmente pelo sistema.

    Isso iria encarecer ainda mais a produção de energia, pois o sistema teria que ter uma capacidade muito maior que a média de consumo, ficando em grande parte, ociosa durante o dia.

    Supondo que os kits solares domésticos tivessem possantes baterias capazes de tocar aparelhos de ar-condicionado, chuveiros elétricos, fornos de microondas, etc, esses kits seriam ainda mais poluentes, porque demandariam enorme quantidade de metais pesados em sua fabricação, ficariam muito mais caros, e teriam curta duração.

    Você fala em "enormes" emissões de metano e de CO2 por conta da biomassa a ser alagada no reservatório da usina de Belo Monte, sem dar nenhum número sobre a quantidade de biomassa existente na área de Belo Monte. Sem esse número(kg/km2), seu discurso é vazio. Pode ser "enorme" ou pode ser uma merreca. Pode ser apenas o equivalente a um mês de funcionamento da usina. Eu também não tenho o número, mas no google earth dá pra ver que já é quase tudo pasto.

    Quanto ao metano gerado por Belo Monte chega a ser hilário ouvir isso de um físico. O pantanal do mato-grosso inteiro, com os países vizinhos, na época da cheia, e isso ocorre todos os anos, emite uma quantidade em muitas ordens de grandeza superior á emissão de Belo Monte. E não há como deter a emissão de metano do pantanal. Nem há motivos para isso.

    Ou há ?

    As Ongs verdes vão inventar a necessidade de drenar e pavimentar o pantanal para evitar as emissões de metano ?

    Como elas irão convencer as outras ONGs de proteção do Pantanal ?

    Um painel solar só se justifica em casos de habitações isoladas do sistema, onde não seja viável a construção de linhas de transmissão. Em qualquer outro lugar, a energia hidrelétrica é muito mais barata, limpa e inteligente.

    A única coisa realmente útil nessa área de eficiência energética, de baixo custo, e de fácil implementação, e para a qual eu aceitaria que o meu suado dinheiro dos impostos fosse usado, seria para o incentivo à implementação de aquecedores solares de água residenciais, em substituição aos chuveiros elétricos.

    O resto é conversa pra boi dormir. Repotenciação de usinas tem seu limite e não pode ser executada 100%, por uma questão de lógica simples: É impossível para TODAS as usinas para fazer a repotenciação ao mesmo tempo. Fazendo parceladamente, quando chegar à última, já é hora de refazer a primeira.

    Esse seu discurso de energia elétrica está muito parecido, e parece que foi copiado do discurso do Célio Bermann, que é apenas um político frustrado e um técnico incompetente.

    E até mesmo a função exponencial tem que ser bem construída para que sirva como desculpa para seus argumentos, porque 0^X = 0 , 1^X = 1 , X^(-y) = MERRECA.

    Grande merda, saber o que é função exponencial...

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  9. http://www.epe.gov.br/geracao/documents/estudos_23/nt_energiasolar_2012.pdf

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