quarta-feira, 26 de agosto de 2015

É simples: Eles estão errados!

Vamos dar um basta ao disco arranhado do negacionismo?
Nosso conhecimento sobre o mundo, por mais que avance, sempre será limitado, parcial e, por isso mesmo, nossas verdades precisam ser encaradas como incompletas e até mesmo provisórias. Isso vale para qualquer tema, inclusive... o clima global.

Mas a perda da ilusão da "verdade absoluta" e fechada não pode nos conduzir a um relativismo grosseiro em que toda e qualquer "opinião" seja válida. Ou à ideia (desprovida de sentido) de que não podemos chegar a aproximações cada vez melhores da realidade, a um entendimento do mundo que nos cerca, de seus elementos e relações que melhor condiga com o que se verifica ao nosso redor e nos permita fazer previsões cada vez melhores sobre o seu comportamento. No caso do clima e das mudanças climáticas, precisamos saber que perguntas já têm resposta nítida e quais não têm.

domingo, 23 de agosto de 2015

Lutamos pelo Clima! Lutamos pelo Futuro!

Juventude disposta a lutar em defesa do clima e do futuro
Os últimos dias foram muito intensos para mim no que diz respeito ao debate climático junto à sociedade. Na quarta-feira, 19/08, estava dialogando com a juventude da periferia sobre "Clima e Água", no Liceu de Messejana, em atividade do Coletivo Socioambiental (constituído de moradores/as dos bairros do Jangurussu e Palmeiras e arredores, aqui em Fortaleza). No dia seguinte, foi a vez das companheiras e dos companheiros do MST, com quem discuti mudanças climáticas e seus impactos no semi-árido, seca, crise hídrica e modelo de desenvolvimento. Ainda na quinta-feira (20/08), tive a oportunidade de falar na Rádio OPovo, ao lado dos colegas de academia Prof. Aécio de Oliveira (Economia Ecológica/UFC) e Jeovah Meireles (Geografia/UFC), numa prévia do excelente debate que travamos dois dias depois.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O Irrelevante, o Insuficiente e o Necessário. Parte I: Obama.

Em comparação com a irresponsabilidade completa com a qual
os EUA têm lidado com a crise climática, desde que ignoraram
Kyoto, o novo plano de Obama parece ser ambicioso. Mas o
que discutiremos é que o plano, embora não seja irrelevante, é
claramente insuficiente e aquém do necessário. Fora isso, há
contradições óbvias nas posturas de Obama, por exemplo, ao
não ter escutado os apelos para barrar a exploração de petróleo
no Ártico (próximo à costa do Alaska) pela Shell. 
Há alguns dias, o presidente dos EUA, Barack Obama anunciou, com grande estardalhaço da grande imprensa mundial, e também com uma forte dose de entusiasmo de segmentos do movimento ambientalista, o lançamento de um "Plano de Energia Limpa". É fato que, tendo perdido a oportunidade de adotar medidas sérias para conter as mudanças climáticas quando o cenário no Congresso lhe era mais favorável, instituir regulações através da EPA (a Agência de Proteção Ambiental) e outras iniciativas à base da caneta presidencial se tornaram provavelmente a única via para alguma redução minimamente séria das gigantescas emissões de CO2 de seu país. Mas embora o anúncio tenha ganho muito destaque midiático, assim como as chamadas iniciativas voluntárias de quase todos os países industrializados, o plano de Obama está longe de dar conta das necessidades mínimas de combate à crise climática. Sair do irrelevante não significa chegar ao necessário. Afinal, no meio, existe... o insuficiente.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Vem aí a Marcha do Clima!

Ano passado, quase 400 mil pessoas marcharam nas ruas de Nova Iorque às vésperas de uma reunião da ONU, preparatória para a COP-20, que iria se realizar em Lima. Outras manifestações aconteceram em diversas outras cidades do mundo, da Europa à Austrália, da Ásia à América Latina. Foi uma evidência clara de que a luta contra as mudanças climáticas não é mais apenas o brado de meia dúzia de cientistas e ambientalistas contra um inimigo invisível e algo que não diga respeito à grande maioria da população. E como tudo indica que o "movimento climático" irá crescer, isto é algo que certamente vai incomodar as corporações ligadas direta ou indiretamente à extração e uso de combustíveis fósseis (petroquímicas, mineradoras empresas de energia, montadoras de automóveis e, claro, os bancos que as financiam) e responsáveis por outras emissões de gases de efeito estufa, como o agronegócio. Até porque é comum que a massificação das mobilizações tenha relação forte com a presença de indígenas, populações da zona costeira, atingidos por eventos extremos, a juventude e outros setores mais vulneráveis e impactados e, portanto, em conflito com tais segmentos do capital. Quem acha que a luta contra as mudanças climáticas é "coisa de pequeno-burguês" é porque nunca esteve com um agricultor do sertão que sabe o que significa mais calor e mais seca, ou com um indígena que percebe, já, o desequilíbrio do ambiente em sua volta, ou do jovem e o/a trabalhador/a da cidade pequena que já sofre com desabastecimento de água, ou com o pescador que teve sua pequena casa destruída pelo avanço do mar ou com a marisqueira que não consegue mais apanhar o marisco que lhe dava sustento.

Quero destacar, na construção desse movimento, o seu caráter eminentemente internacional, planetário, e ao mesmo tempo aberto e horizontal, uma ampla avenida para debater que tipo de transformação social e política de fato precisamos. Abaixo, reproduzimos artigo de Ricken Patel, da Avaaz, publicado no periódico britânico "The Guardian", em que ele faz uma caracterização e convocação da "People's Climate March", que poderíamos traduzir como "Marcha Popular do Clima" ou "Marcha do Povo pelo Clima".

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"Saldo de Carbono" negativo: Com 400 ppm de CO2 já adentramos a zona de perigo.


O debate em torno de um acordo climático geralmente considera que 2°C e 450 partes por milhão (ppm) são os "limites seguros" de temperatura e de concentração de CO2, respectivamente. "John" Schellnhuber, o cientista que assessorou o Papa Francisco na elaboração da Encíclica "Laudato Sí", costuma dizer que a diferença entre um aquecimento de 2°C e 4°C é a civilização humana. Na opinião dele e da ampla maioria da comunidade científica que lida com impactos das mudanças climáticas, um aquecimento de 4°C provocaria alterações tão radicais no sistema climático terrestre, nos ecossistemas, no ciclo hidrológico, na frequência e intensidade de eventos extremos e outros fatores, que seria simplesmente inviável qualquer estratégia de adaptação para tal cenário.

Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas

Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais "...

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