sábado, 12 de abril de 2014

Não à rendição! Nem geoengenharia, nem nuclear, nem transgênicos!

A Ciência do Clima revelou como a queima de combustíveis
fósseis, principal fonte de energia para movimentar a
máquina capitalista, está levando o sistema climático
à beira de uma espiral sem volta de desestabilização. A
 comunidade científica precisa ser capaz de ir até o fim e
não pode se render às "saídas fáceis" oferecidas pelo capital.
Cercados de todos os lados, mesmo pessoas valorosas da Ciência têm feito concessões inadmissíveis a falsas alternativas, seja para combater a mudança climática, seja para diminuir os seus impactos.

Energia Nuclear? Não, obrigado!

Recentemente, James Hansen, cientista líder nas pesquisas sobre mudança no clima e ativista climático que inspirou a frase que dá nome a este blog fez, lamentavelmente, uma movimentação de defesa da "energia nuclear segura", como via para salvar o clima global da desestabilização que inevitavelmente emergerá como resultado da continuidade da queima de combustíveis fósseis como principal fonte energética. Com isso, ele se une a outras vozes proeminentes, como James Lovelock que, partindo da premissa correta de que "a mudança climática é o maior perigo que a humanidade já vivenciou", conclui erroneamente que ela "tem de usar a energia nuclear", na sua opinião a "única fonte de energia segura disponível". Ora, ainda que a estratégia de saída da crise climática possa criar dificuldades para a rápida abolição do uso da fissão nuclear, é evidente que a expansão desse setor é algo simplesmente inaceitável. Infelizmente, porém, o falso "verde criptonita" da energia nuclear está longe de ser a única falsa alternativa tecnológica com poder de sedução sobre a comunidade científica, incluindo alguns de seus mais proeminentes representantes.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Pulgas "marxistas" ou Pé de Dragão Verde?

Semeando o quê, barbudo?
Por conta de uma polêmica no início de minha militância (na qual estava errado, diga-se de passagens), guardo até hoje a lembrança de uma citação de Lênin citando Marx, em que ele dizia: "Compreendamos também nós as tarefas e peculiaridades da nova época. Não imitemos aqueles marxistas de meia-tigela dos quais Marx dizia: 'semeei dragões mas a colheita deu-me pulgas.'" (em seu famoso texto, "As Tarefas do Proletariado na Nossa Revolução", de Abril de 1917, Lênin faz menção, aí, à "A Ideologia Alemã").

Do que conheço da abordagem devida da obra de Marx e de outros pensadores e pensadoras da transformação social e da revolução, a perspectiva é (ou deveria ser) sempre a de abordagem crítica, viva, atual. Como na Física, em que se superou a Mecânica Newtoniana por uma teoria mais ampla (que não a invalida, mas a generaliza) e a Relatividade de Einstein veio apoiada em novas informações de realidade (o Eletromagnetismo de Maxwell, o experimento de Michelson-Morley, os trabalhos de Lorentz e Poincaré), eu não concebo como as pessoas pretendam, em pleno século XXI, achar todas as soluções em textos da Alemanha do século XIX (por mais universalistas que se tenham pretendido) ou, muito menos, da Rússia de 1917 (estes, mais ainda, preocupados com respostas concretas e práticas e muitas vezes contaminados pela pressa e/ou pelo pragmatismo).

quinta-feira, 3 de abril de 2014

IPCC reconhece desigualdade como chave para o risco climático. Mas é preciso ir muito além.

As dificuldades em erradicar a fome e a miséria crescerão na
proporção direta em que a mudança climática comprometer o
acesso à água doce e aos alimentos. No limite, um cenário de 
"Terra arrasada", associado a um aquecimento de vários graus,
 inviabiliza uma sociedade igualitária de emergir e se sustentar.
No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (o IPCC, da sigla em inglês) deu início à divulgação do seu 5º Relatório de Avaliação (ou AR5), começando pelo trabalho do “Grupo I”, que trata das bases físicas da mudança no clima. Esta semana, essa divulgação teve continuidade, com a publicação do Sumário dos trabalhos do “Grupo II”, que lida com “impactos, adaptação e vulnerabilidade”. 


É comum a esquerda negligenciar esta temática. Mas isso é um grave erro. Entendemos que é central buscar respostas à questão da crise ecológica em geral (e da crise climática em particular); é crucial para os pobres, os trabalhadores do campo e da cidade, os indígenas, enfim, para os oprimidos e explorados no século XXI. Afinal, a luta por evitar um desfecho catastrófico para essa crise engendrada pelo capitalismo é a luta para salvaguardar as condições materiais para sobrevivência, com dignidade, do gênero humano.

Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas

Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais "...

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