Mais uma vez a Assembleia Geral da EGU ocorre em Viena |
Especialmente a primeira participação valeu a pena por dois momentos em particular. Um deles foi ter podido ver James Hansen em pessoa. O outro foi ter participado, em meio a um auditório absolutamente cheio, da condecoração de Michael Mann com a medalha Hans Oescheger. Foi um momento de rara satisfação, primeiro por Mike, que havia enfrentado há poucos anos ataques desonestos e raivosos da máquina negacionista, descritos em seu então recente livro "O Taco de Hockey e as Guerras Climáticas" e que tinha, através dessa comenda, seu trabalho reafirmado pela comunidade científica; segundo, por mim mesmo que, além de ter tido a minha cópia do livro devidamente autografada, ainda ter sido reconhecido pessoalmente por Mike (apesar de antes termos nos limitado a trocar algumas palavras num encontro da American Meteorological Society, nos EUA, no milênio passado). Os dois (Hansen e Mann), aliás, participaram de uma sessão aberta à imprensa, disponível neste link, discutindo a questão da sensibilidade climática.
Este ano, o evento continua grandioso. Os números ainda não estão fechados, mas estima-se que se possa chegar a 12 mil participantes. Os temas são diversos, indo da questão climática propriamente dita ("Clima: Passado, Presente e Futuro" é uma das sessões mais concorridas), a outros diretamente vinculados a ela (Ciências Atmosféricas, Biogeociências, Ciências Hidrológicas, Ciências Criosféricas, Ciências Oceânicas, Desastres Naturais) e outros nem tanto (Sismologia, Geodésia, Geodinâmica...).
Querem dar uma checada na nossa "conspiração"? Chega aí... |
"Tijolo por tijolo", a contribuição desses milhares de cientistas (e de muitos outros ao redor do mundo, claro) compõem o "desenho lógico" do estado-da-arte das Ciências do Sistema-Terra em geral e da Ciência do Clima em particular. Daí, para quem participa de um evento como esse, certamente deve ser muito estranha a forma como alguns negacionistas mais raivosos tratam a Ciência do Clima, com base em estapafúrdias teorias de conspiração.
Afinal, só haveria duas possibilidades para que a Ciência que construímos pudesse ser realmente "fraudada": uma delas é a que nossa comunidade se comportasse como uma sociedade secreta, com fidelidade estrita, canina, de todos os seus membros. Bem, o evento de Viena (como todos os eventos científicos de que participei, mas este em particular pela abrangência e tamanho) se parece com tudo, menos com a reunião de uma seita (não, não há senha para entrar nem uso de capuz, ok?). E vamos combinar... Seria muito difícil manter segredo entre 12 mil pessoas, para não falar do número enorme de cientistas que não está presente aqui. Seríamos melhores do que qualquer serviço secreto internacional, vejam só...
Excelente livro de Michael Mann, infelizmente ainda sem tradução para o Português |
Ok, mas se me dão licença, aqui já está na hora do almoço, em breve o local do evento abrirá e farei meu credenciamento e, na recepção, regada a vinho e cerveja, teremos oportunidade de conspirar de sobra, não é?
Gostei muito do trecho "Cientistas, em geral, têm (...) dessas evidências."
ResponderExcluirPode ir até para um livro de metodologia científica.
Cadê esse trecho no texto?
ExcluirEsta na metade do sexto paragrafo.
ResponderExcluirEsta na metade do sexto paragrafo.
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