O discurso foi feito há alguns meses, mais precisamente na cúpula da ONU em Setembro passado, mas acredito que ele tenha escapado ao radar das mídias alternativas do Brasil. Leonardo Dicaprio é uma expressão de algo que precisamos ver com mais frequência: figuras públicas entendendo a gravidade da situação, percebendo a urgência para se resolver a crise climática e propondo ação. Da minha parte, acho que sem uma efetiva pressão de baixo, dos mais atingidos pela mudança climática, os governos tenderão a continuar na zona que mistura conforto e rendição aos lobbies fósseis: que leva à inação e à irresponsabilidade, à continuidade dos subsídios às petroleiras e mineradoras. E pela força e sinceridade do discurso de Dicaprio, acredito que valha a pena apresentar para vocês a tradução. Mais Leos, por favor!
A frase que dá nome a este blog foi proferida por Jim Hansen, pesquisador senior da NASA, preso num protesto em frente à Casa Branca. Refere-se à necessidade de que os cientistas do clima comuniquem à sociedade seus conhecimentos pois estes se relacionam a questões cruciais para o futuro do gênero humano e da vida no planeta. O megafone da foto simboliza essa atitude de falar sobre o risco climático em voz alta, de forma enfática e com o maior alcance possível.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Dia da Terra e década decisiva para o clima
![]() |
Por que um "Dia da Terra"? |
quarta-feira, 15 de abril de 2015
O Equilíbrio do Sistema Climático Terrestre não é um "Problema de Engenharia"
O debate climático pode ser acirrado, sim. Mas não é aquele que os negacionistas dizem existir, nem travado na forma que eles tentam fazer o público acreditar |
Como coloquei em postagem anterior, não existe debate sobre a existência ou não do aquecimento global, tampouco de suas causas (antrópicas), nem sequer da importância dos riscos a ele associados ou da urgência em lidar com o tema. Esse é o consenso da comunidade científica em função do peso das evidências.
Mas isto não quer dizer que não haja polêmicas ou debate em nosso meio. Pelo contrário, há ainda incertezas importantes sobre determinados aspectos da dinâmica do clima, envolvendo a magnitude de certos processos, questões de irreversibilidade, dimensão dos impactos e, claro, há diferenças entre nós sobre o que deve ser feito, ou seja sobre as soluções para a crise climática. Há desde propostas que objetivamente se colocam contra a estrutura vigente da produção capitalista, calcada em crescimento ilimitado movido a partir da queima de combustíveis fósseis, centradas em uma forte mitigação, com as quais evidentemente me alinho (e que, acredito, são as melhor alinhadas com as evidências objetivas levantadas pela Ciência do Clima) até alternativas bem mais palatáveis aos olhos do grande capital.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
No verdadeiro meio científico não há negacionismo. Mas isso está longe de ser suficiente.
![]() |
domingo, 12 de abril de 2015
Assembleia da EGU em Viena: Haja conspiração!
![]() |
Mais uma vez a Assembleia Geral da EGU ocorre em Viena |
Especialmente a primeira participação valeu a pena por dois momentos em particular. Um deles foi ter podido ver James Hansen em pessoa. O outro foi ter participado, em meio a um auditório absolutamente cheio, da condecoração de Michael Mann com a medalha Hans Oescheger. Foi um momento de rara satisfação, primeiro por Mike, que havia enfrentado há poucos anos ataques desonestos e raivosos da máquina negacionista, descritos em seu então recente livro "O Taco de Hockey e as Guerras Climáticas" e que tinha, através dessa comenda, seu trabalho reafirmado pela comunidade científica; segundo, por mim mesmo que, além de ter tido a minha cópia do livro devidamente autografada, ainda ter sido reconhecido pessoalmente por Mike (apesar de antes termos nos limitado a trocar algumas palavras num encontro da American Meteorological Society, nos EUA, no milênio passado). Os dois (Hansen e Mann), aliás, participaram de uma sessão aberta à imprensa, disponível neste link, discutindo a questão da sensibilidade climática.
terça-feira, 7 de abril de 2015
Metano: o buraco é mais embaixo.
informações publicadas na revista Nature, algumas medidas chegaram a detectar percentagens de metano no ar no piso de um desses buracos de 9,6%, o que é impressionante, dado que a presença média de metano na atmosfera terrestre no presente é da ordem de 1800 partes por bilhão (mais de 50 mil vezes menos!).
Assinar:
Postagens (Atom)
Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas
Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais ...

Mais populares este mês
-
A indústria da carne produz enormes impactos ambientais e climáticos, mas, ao exagerá-los, Cowspiracy termina prestando um desserviço:...
-
O sistema produtivo capitalista experimentou nas últimas décadas enormes transformações, que colocaram o planeta sob intensa pressão no q...
-
Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais ...
-
Gelo marinho ao redor da Antártica em 16/11/2016, comparado com a mediana no período de 1981-2010. Mas o sistema parece ter alterado se...
-
A "profundidade" do discurso da esquerda oficial em torno da exploração do pré-sal é inversamente proporcional à profundidade...