Professor titular da Universidade Estadual do Ceará (UECE), PhD em Ciências Atmosféricas, integrante do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alexandre Costa é daqueles militantes, tal qual Dom Quixote de La Mancha, que enfrentam gigantes em suas batalhas. No entanto, aqui os gigantes não são projeções de moinhos de vento, mas monstros reais e imensos como as indústrias petroquímicas e o agronegócio. Consciente de que não há sustentabilidade no capitalismo, Alexandre denuncia a crise climática e afirma a urgência de uma mudança radical no modelo de produção, como única garantia de permanência da vida humana e de muitas outras espécies no planeta. Confira mais na entrevista a seguir:
Vírus Planetário: Agora em novembro tivemos, paralelamente à COP20, em Lima, a Realização da Cúpula dos Povos por Mudanças Climáticas, com ações no mundo todo. Qual a importância de se estabelecer uma agenda pública de base popular para debater as mudanças climáticas?
Alexandre Costa: O contexto da organização popular no sentido de pressionar os governos por acordos climáticos me parece muito claro, necessário e urgente. Do ponto de vista científico, se trata de uma questão plenamente resolvida: em 1988 a ONU organizou um painel de especialistas, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que reuniu cientistas de todo o mundo, sistematizando os resultados de uma vasta literatura científica e fomentando pesquisas. Dados foram analisados conjuntamente e subsidiaram a elaboração de relatórios com o objetivo, desde o início, de responder às questões lançadas pela ONU nos anos 80: “A humanidade está afetando o clima? Em que sentido? Isto é perigoso?”. Eis que hoje as respostas são absolutamente claras! Desde o terceiro relatório, de 2001, a conclusão inequívoca é de que a humanidade é responsável por mudanças no clima, sendo o maior contribuinte para estas alterações, em especial através da queima de combustíveis fósseis. O aquecimento é global e em taxas inéditas, o que acarreta grandes riscos.
Vírus: De que riscos estamos falando?
Alexandre: Chegou-se à conclusão que uma concentração de 350 partes por milhão (ppm) de CO2 na atmosfera acarretaria, em médio a longo prazo, um aquecimento global de 1 grau Celsius, que é tido como um limiar seguro para os ecossistemas, sem riscos maiores de disparar processos acelerados de degradação de biomas e mudanças cada vez mais rápidas e catastróficas. Esse limite foi ultrapassado em 1988. Desde o ano de 2013 e agora em 2014, estamos flertando com 400 partes por milhão e daqui a um ano ou dois a média anual deve ultrapassar tal valor. Se continuarmos mantendo a taxa de emissão de CO2 como está, rapidamente chegaremos a 450 partes por milhão, que é considerado, então um limite ainda mais perigoso, pois corresponde a comprometermos o futuro com um aquecimento de 2 graus. Depois disso vem os valores de catástrofe, 500, 600 ppm ou mais. No ritmo em que estamos, chegaremos a 600 facilmente naa segunda metade deste século, o que resultaria a médio-longo prazo no derretimento do gelo da Groenlândia, levando uma elevação oceânica de 7 metros, e até mesmo da Antártida, ocasionando um aumento do nível dos oceanos em 64 metros! Este cenário representaria o fim de todas as grandes cidades do litoral brasileiro, a Bacia Amazônica viraria uma gigantesca baía, nos Estados Unidos se daria adeus a Nova York e a praticamente todo o estado da Florida, países-ilha desapareceriam e países inteiros e populosos ficariam em grande parte submersos, como Bangladesh. Além disso, haverá inúmeros outros impactos como secas mais severas e furacões mais intensos dos quais eventos recentes funcionam como mera amostra. Seria literalmente outro planeta. Bastante ruim de se viver nele, por sinal.
Vírus: Podemos então entender o número de 450 partes por milhão como uma espécie de “linha de morte”? Essa linha está sendo respeitada?
Alexandre: Imagine se colocarmos um objeto na beira de um morro e uma pequena perturbação é capaz de derrubá-lo ladeira abaixo, sem qualquer empurrão nosso. Isso seria mais ou menos o que representa 450 partes por milhão de concentração de CO2. 450 partes por milhão implicam em um aquecimento, a médio e longo prazo, de 2 graus, o que se vislumbra representar dois terços de chance de chegarmos a uma situação irreversível. Eu jamais apostaria minha vida tendo apenas dois terços de chance de mantê-la, e o pior é que a humanidade, objetivamente, nem sequer está mirando para isso. Pelo contrário, se você pegar as emissões de CO2 recentes e comparar com os cenários previstos pelo IPCC, estamos acima do pior cenário previsto, ou seja, nem o mais pessimista dos grupos de pesquisa que contribuíram com o IPCC, no seu quinto relatório, foi capaz de reproduzir um cenário tão horripilante como a realidade.
Vírus: Então, no quadro atual, apesar de necessário e urgente, imaginar a redução de CO2 seria praticamente um sonho...
Alexandre: Não reduzir é que seria um pesadelo! Quem precisa parar de sonhar, ou melhor, delirar, são aqueles que acham que não haverá consequências. É preciso acabar com essa ilusão. Eu sei que é difícil, especialmente por que há um forte interesse econômico em jogo, estamos falando do lobby da indústria petroquímica. A Shell movimenta meio trilhão de dólares por ano, o que representa um PIB da ordem do da Noruega; a Exxon movimenta outros US$ 430 bilhões, o que representaria quase o PIB da Argentina. Da lista de empresas de combustíveis fósseis e das empresas automobilísticas – que não estão interessadas em reduzir a emissão de CO2 –, bastam 13 delas para ultrapassar o PIB alemão. Trata-se de muito poder concentrado em pouquíssimas mãos.
Essas empresas também estão intrinsecamente ligadas aos interesses dos bancos; existem representantes dos conselhos deliberativos de bancos nas petroquímicas e vice-versa, às vezes participando em empresas supostamente concorrentes. Se o capital financeiro é a máquina para concentrar e distribuir dinheiro para fazerem seus “investimentos”, as empresas petroquímicas e as mineradoras de carvão são o coração energético do capitalismo.
A humanidade tem apenas duas opções: ou para essa loucura, esse desvario, por bem, de forma pensada e controlada, ou vai parar por mal, que no limite seria a extinção da espécie humana. Nós temos, sim, o poder de transformar a Terra em um planeta inabitável, mas antes disso ela ficará inóspita; secas como as que estão acontecendo, ao mesmo tempo, no Sudeste e Nordeste do Brasil, na China, na Califórnia, na Austrália, são apenas o começo.
Vírus: Qual o papel que o Brasil ocupa neste quadro e como o modelo de desenvolvimento econômico proposto para o país se relaciona com estes eventos?
Alexandre: O Brasil, historicamente, sempre foi um grande emissor do efeito estufa graças a uma peculiaridade: sua grande extensão e o avanço da fronteira agrícola. Os desmatamentos, em todas as suas formas, colocaram o Brasil entre os principais emissores de CO2. Há 20 anos, três quartos das emissões estavam relacionados a isso, e o outro um quarto estava relacionado às fontes de emissões mais típicas de países mais desenvolvidos, como queima de combustível por transporte rodoviário, a geração de energia por termoelétricas a carvão ou gás natural – o Brasil, até pouco tempo atrás, não tinha quase termoelétricas em sua matriz; a produção era através de hidroelétricas – e outros fatores como a produção de cimento.
Acontece que o Brasil, especialmente na última década e meia, mudou esta relação. Hoje, a contribuição à emissão de gás por desmatamento é menos da metade. É ponto pacífico que o desmatamento caiu, basicamente pela restrição de crédito, e isto fez com que o Brasil até aparecesse “bem na fita” no plano internacional. No que diz respeito às negociações sobre as mudanças climáticas, o Lula disse “nós temos um plano de mudanças climáticas, vamos reduzir as emissões de gazes do efeito estufa em 37%”. Mas ele foi esperto aí, pois já estavam previstas as medidas de contenção de crédito para os desmatadores e, de fato, as emissões caíram em algo muito próximo do que o Lula anunciou. Só que essa redução dita voluntária escondeu a crueldade de vários processos: as emissões associadas à agricultura, como o crescimento do rebanho bovino, que fez com que a emissão de metano pelo Brasil crescesse; as emissões de óxido nitroso, que se devem essencialmente à decomposição de fertilizantes nitrogenados – utilizados pela produção em massa do agronegócio – também cresceram. O agronegócio foi uma das fontes de emissão que avançaram.
Outra fonte foi a indústria automobilística, que praticamente duplica a cada dez anos, exercendo uma pressão muito grande sobre as emissões brasileiras. Por último, mas não menos importante, a matriz energética; a composição da matriz energética brasileira tem mudado de forma muito clara: durante o governo FHC, quando aconteceu o episódio do apagão, uma das políticas adotadas foi um programa de incentivo às termoelétricas. Tal programa foi colocado em prática com financiamentos do BNDES, com subsídios, com garantia de pagamento da energia gerada – as térmicas são muito caras, é um mito dizer que termoelétrica gera uma energia barata –, isso tudo feito sem computar os danos climáticos e ambientais. Na hora em que se coloca isso, em que se aplicam as externalidades – para usar uma palavra palatável até aos ecocapitalistas – como mecanismos de mercado, as energias fósseis se tornam impossíveis de serem bancadas.
Com isso, o Brasil cresceu justamente naquelas emissões que são mais difíceis de se reduzir. Chegamos perto do que poderíamos cortar facilmente de emissões via contenção do desmatamento, até porque, com a pressão do agronegócio, dos ruralistas, o código florestal foi desmontado e devemos fechar 2014 como o segundo ano consecutivo de retomada do seu crescimento. As outras emissões devem crescer de forma ainda mais clara, o que tem relação com o modelo de desenvolvimento, no país como um todo. Isso o leitor da Vírus Planetário vai poder verificar em cada Estado.
Vírus: No que o Brasil passou a apostar?
Alexandre: Primeiro em produtos agrícolas para exportação. Eu, sinceramente, sinto vergonha cada vez que a Dilma vai a público se orgulhar dos recordes de exportação de soja e de carne bovina. É absurdo: além do desmatamento, da emissão de gases do efeito estufa, o agronegócio consome 70 % da água doce disponível, sendo completamente diferente das culturas tradicionais da agricultura familiar.
Outro ponto é que as termoelétricas continuam aí. O Brasil está apostando em produção e exportação de alumínio e aço, que demandam uma quantidade absurda de energia e água; o paradigma do modelo energético brasileiro é aumentar brutalmente a oferta energética e hídrica para atender essa nova demanda. Essa catástrofe se articula com outras, por exemplo, a termoelétrica do complexo industrial do Pecém, no Ceará, foi construída em função da montagem de outras empresas do complexo, incluindo a siderúrgica. A termoelétrica terá que funcionar a todo vapor para atender à demanda energética. Com isso ela deve consumir 993 litros de água a cada segundo; essa concessão foi dada há vários anos, mas, além dessa benesse, foi concedido, há três anos, o desconto do preço da água bruta. Em vez dessa água ir para as torneiras de milhares de cearenses, ela vai alimentar uma grande empresa. Para se ter uma ideia, 993 litros de água a cada segundo significam 5 caminhões pipa por minuto; só essa termoelétrica consome metade da água do Açude Gavião em um ano. Mas, como o objetivo principal da termo é gerar energia para a siderúrgica, podemos somar os monstros: a siderúrgica, para cada tonelada de aço, vai requerer que se gaste 280 mil litros de água e se emita uma tonelada de CO2, que vai se somar à quantidade brutal de CO2 emitido pela termoelétrica. Isto significa uma política completamente fora da realidade, onde se rouba duplamente a água: diretamente e indiretamente, afinal, as mudanças climáticas já estão trazendo secas mais severas.
Vírus: "As mudanças climáticas já estão trazendo secas mais severas." De que forma a emissão de CO2 impacta nas secas que temos vivenciados no Nordeste, São Paulo e Minas Gerais?
Alexandre: Uma atmosfera é uma espécie de reservatório que faz com que a água se recicle: a água evapora, vai para a atmosfera em forma de vapor, o vapor se condensa formando nuvens e as nuvens produzem chuva. Uma atmosfera mais quente é capaz de conter mais vapor d´agua. Imagine que a atmosfera é um reservatório, um balde, que guarda a água que se evapora; quando você aquece o ar, é como se trocasse um balde pequeno por um grande. Com o balde pequeno, a água que evapora enche o balde logo; e o período de seca, ou seja, o tempo necessário para que isso aconteça, também é relativamente pequeno. Mas se o balde é grande, a catástrofe é dupla, primeiro porque você vai precisar de um período maior para encher o balde, ou seja, haverá mais tempo de seca; segundo porque, tendo um reservatório de água maior, quando a chuva vem, ela vem de uma vez. O que estamos assistindo no Nordeste, que vai muito provavelmente para o seu quarto ano consecutivo de seca, não vai ser exceção, vai ser regra. O que se está vendo no Sudeste, em Minas Gerais, secando a nascente do São Francisco, não vai ser exceção, vai ser regra. A Amazônia tem alternado entre secas recordes e enchentes recordes, dificilmente, nos últimos anos, esteve "no normal". Um clima mais quente será sempre um clima dos extremos.
Vírus: Qual a alternativa para reverter o atual quadro no país?
Alexandre: Em primeiro lugar, o Brasil precisa se inserir num amplo esforço global de redução das emissões de gases de efeito estufa. Mas também precisamos de medidas de adaptação às mudanças que por ventura já sejam inevitáveis. Nós precisamos ter uma política hídrica de acordo com o futuro que nos espera: não dá para colocar entre 60 a 70% da água no agronegócio, 20 a 30% na indústria pesada e apenas 10% ser para o consumo humano; esses setores econômicos não podem continuar com esse uso perdulário da água doce.
Não há nem haverá água para todos. Precisamos garantir a água para quem realmente precisa dela, não para quem transforma a água em mecanismo de lucro. Para termos água em nossas torneiras precisamos fechar a torneira desse pessoal; afinal, estamos enfrentando um duplo roubo de água: roubam água ao longo prazo e em grande escala ao emitir CO2, e roubam água ao usá-la diretamente nos processos industriais de geração de energia. Precisamos atacar nas duas frentes e inverter completamente o modelo de desenvolvimento regido pelo capital. que o Brasil, e a ampla maioria dos países do mundo, têm optado por seguir.
CAPA, CONTRACAPA E ORELHAS DO LIVRO:
ResponderExcluirÁGUA A ESSÊNCIA DA VIDA.
http://pedroseverinoonline.blogspot.com.br/2014/11/capa-contracapa-e-orelhas-do-livro-agua.html
ORELHAS:
É inadmissível um pais, “Brasil” de dimensão continental, maior detentor de água doce do planeta, através das bacias hidrográficas (bacia amazônica, bacia do S. Francisco, bacia do Tocantins Araguaia e bacia Platina), aonde são despejados milhares de metros ou talvez milhões de metros cilíndricos por segundo (m³ /s) nos mares (oceano atlântico) das respectivas regiões, quase sem nenhum aproveitamento ao longo dos cursos de suas bacias hidrográficas pelos poderes públicos constituídos (federal, Estadual e Municipais).
É inconcebíveis, que o Brasil um país gigante por natureza, com abundância de recurso hídrico tanto concernente ao lençol freático (águas subterrâneas), águas superficiais (rios, lagos, represas e açudes) e águas litorâneas (apesar de salgadas) que se estendem do Oiapoque ao Chuí, com o litoral de quase 8000 (oito mil) quilômetros de extensão. Entretanto, algumas metrópoles regionais, como, por exemplo: Recife PE (Veneza brasileira) banhada por dois rios: Capibaribe e Beberibe e a sua população está sofrendo com falta de água potável para seu consumo. Isto é, um descaso dos poderes públicos, um absurdo!
Como se sabe, que o problema crucial para a humanidade no próximo milênio, vai ser a falta (escassez) d'água e o Brasil ser o maior detentor deste liquido preciosos (ouro liquido) e que num futuro próximo a água vai ter mais valor que o petróleo...
Então, portanto, cabe ao governo brasileiro, traçar uma politica de armazenamento desses recursos hídricos. Que estão sendo despejados, diuturnamente nos mares de suas respectivas regiões no intuito de termos a maior reserva de água doce do planeta, para quando formos procurados por outros países e com certeza vai ser e certamente, seremos o maior exportador d'água doce do próximo milênio...
Para se atender os objetivos do projeto da politica de armazenamento dos nossos recursos hídricos, bastaria, somente que o governo brasileiro, interligassem as quatro grandes bacias hidrográficas brasileiras. Tendo a bacia Amazônica, como a bacia supridora dessas interligações... Pois, a Bacia Amazônica, despeja mais de 215.000m³, diuturnamente no oceano Atlântico.
Surge essa necessidade, até porque, segundo o estudo da NASA (Agencia Espacial Norte-americana), o rio S.Francisco, daqui a sessenta anos morrerá ou seja no ano 2060, se tonará um simples riacho.
Então, com a efetivação dessas sonhadas, porém exequíveis interligações das grandes bacias brasileiras. Salvaria a morte prematura do rio S. Francisco e viabilizaria de vez, sem sofrer solução de continuidade a transposição de suas águas para os sertões nordestinos brasileiros e ao mesmo tempo, atender a politica de gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros para os próximos milênios.... E, simultaneamente, atender a politica agrícola/fundiária no desenvolvimento autossustentável. Evitando desta forma o “Mar uso” da água. Que decorrente disto existe bolsões de misérias as margens do rio S. Francisco ao longo dos estados de: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. E no estado do Amazonas, quase totalmente banhado por água, Mas é gritante seu subdesenvolvimento.
Do Autor:
Pedro Severino de Sousa.
CAPA, CONTRACAPA E ORELHAS DO LIVRO:
ResponderExcluirÁGUA A ESSÊNCIA DA VIDA.
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CONTRACAPA:
Água: É a essência da vida, caso não a existisse, não existiam vidas, quer seja: humana, animal e vegetal. Porém, como sabemos a água existe e de uma forma abundante. Pois, o elemento químico mais predominante do universo é o hidrogênio, o principal componente da composição da água (H2O).
Então, basta que qualquer corpo celeste esteja em orbita de um sol e receba: Luz, energia e calor, para ter uma atmosfera suficientemente para suscitar o ciclo da água e consequentemente ciclo da vida...
Enquanto que a natureza terrestre levou quatro bilhões de anos contínuos para formação de sua biosfera atual. Deve-se ressaltar que no transcurso desse longínquo tempo existiram alguns períodos glaciais, causados por grandes atividades vulcânicas e/ou por colisão de asteroides (cometas, e/ou meteoros) com a superfície da terra. Que de uma forma ou de outra, formava camadas de névoas que impediam a penetração dos raios solares para a superfície da terra. Gerando assim, os períodos glaciais... Isto, no entanto, foram fenômenos geofísicos e cosmológicos, determinante, portanto do equilíbrio da natureza.
Equilíbrio da natureza este que definiu a série fantástica de interações, mutações e evoluções de inúmeras espécies vegetais e animais, desde os primeiros seres primitivos unicelulares até chegar a espécie animal racional, que é a espécie humana.
Mas, paradoxalmente, a própria espécie humana, obra prima (produto acabado) desta natureza... E que, aliás, em poucos milênios certamente levará a destruição da biosfera terrestre e a destruição da própria humanidade.
CAPA, CONTRACAPA E ORELHAS DO LIVRO:
ResponderExcluirÁGUA A ESSÊNCIA DA VIDA.
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ORELHAS:
É inadmissível um pais, “Brasil” de dimensão continental, maior detentor de água doce do planeta, através das bacias hidrográficas (bacia amazônica, bacia do S. Francisco, bacia do Tocantins Araguaia e bacia Platina), aonde são despejados milhares de metros ou talvez milhões de metros cilíndricos por segundo (m³ /s) nos mares (oceano atlântico) das respectivas regiões, quase sem nenhum aproveitamento ao longo dos cursos de suas bacias hidrográficas pelos poderes públicos constituídos (federal, Estadual e Municipais).
É inconcebíveis, que o Brasil um país gigante por natureza, com abundância de recurso hídrico tanto concernente ao lençol freático (águas subterrâneas), águas superficiais (rios, lagos, represas e açudes) e águas litorâneas (apesar de salgadas) que se estendem do Oiapoque ao Chuí, com o litoral de quase 8000 (oito mil) quilômetros de extensão. Entretanto, algumas metrópoles regionais, como, por exemplo: Recife PE (Veneza brasileira) banhada por dois rios: Capibaribe e Beberibe e a sua população está sofrendo com falta de água potável para seu consumo. Isto é, um descaso dos poderes públicos, um absurdo!
Como se sabe, que o problema crucial para a humanidade no próximo milênio, vai ser a falta (escassez) d'água e o Brasil ser o maior detentor deste liquido preciosos (ouro liquido) e que num futuro próximo a água vai ter mais valor que o petróleo...
Então, portanto, cabe ao governo brasileiro, traçar uma politica de armazenamento desses recursos hídricos. Que estão sendo despejados, diuturnamente nos mares de suas respectivas regiões no intuito de termos a maior reserva de água doce do planeta, para quando formos procurados por outros países e com certeza vai ser e certamente, seremos o maior exportador d'água doce do próximo milênio...
Para se atender os objetivos do projeto da politica de armazenamento dos nossos recursos hídricos, bastaria, somente que o governo brasileiro, interligassem as quatro grandes bacias hidrográficas brasileiras. Tendo a bacia Amazônica, como a bacia supridora dessas interligações... Pois, a Bacia Amazônica, despeja mais de 215.000m³, diuturnamente no oceano Atlântico.
Surge essa necessidade, até porque, segundo o estudo da NASA (Agencia Espacial Norte-americana), o rio S.Francisco, daqui a sessenta anos morrerá ou seja no ano 2060, se tonará um simples riacho.
Então, com a efetivação dessas sonhadas, porém exequíveis interligações das grandes bacias brasileiras. Salvaria a morte prematura do rio S. Francisco e viabilizaria de vez, sem sofrer solução de continuidade a transposição de suas águas para os sertões nordestinos brasileiros e ao mesmo tempo, atender a politica de gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros para os próximos milênios.... E, simultaneamente, atender a politica agrícola/fundiária no desenvolvimento autossustentável. Evitando desta forma o “Mar uso” da água. Que decorrente disto existe bolsões de misérias as margens do rio S. Francisco ao longo dos estados de: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. E no estado do Amazonas, quase totalmente banhado por água, Mas é gritante seu subdesenvolvimento.
Do Autor:
Pedro Severino de Sousa.