quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Niños, Niñas, Meninos e Meninas. Que legado deixaremos?

De Janeiro a Setembro, 2013 vai se posicionando como o 6º ano mais quente de todo o registro histórico, desde 1880. A temperatura global anda muito próximo da média da última década, disparadamente a mais quente de todo esse período de mais de um século.

Mas o mais importante às vezes não é destacado. Existe uma variabilidade natural no sistema climático e anos de La Niña (Pacífico Equatorial mais frio) costumavam ser mais frios que a média e anos de El Niño (Pacífico Equatorial mais quente) mais quentes que a média.


Mas a figura mostra claramente que o aquecimento global é tão acelerado e marcante que os anos de La Niña recentes são sistematicamente mais quentes do que todos os anos de El Niño anteriores a 1998!
Criança ferida em meio ao rastro de destruição
deixado pelo supertufão Haiyan.

Não se pode atribuir nenhum evento extremo individualmente à mudança climática. Mas é preciso que se diga: Esse planeta mais quente é mais propenso a formar Sandys, Haiyans, Katrinas e Bophas. Um planeta ainda mais quente será capaz de parir tempestades ainda mais monstruosas! E não é admissível que seja esse o legado que pretendemos deixar para nossas crianças, nossos niños (meninos) e niñas (meninas). O imobilismo das negociações de clima, servil aos interesses da indústria de combustíveis fósseis, é um crime contra elas!

O chefe da delegação filipina, Yeb Saño, em seu discurso na COP19, teve a coragem de entrar em greve de fome, em protesto contra essa paralisia imoral que coloca o mundo de joelhos diante das corporações e não ousa tirar, das mãos da plutocracia fóssil-financeira, o termostato do planeta. Diante de uma realidade científica que nos mostra que devemos optar rápida, inequívoca e claramente entre os direitos das futuras gerações e os superlucros desse punhado de megacapitalistas, a fala e o ato de Saño devem ser inspiração para uma luta global em defesa da estabilidade climática.

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