Nesta semana, uma cientista da Northeastern University recebeu uma mensagem do Departamento de
Energia dos EUA em que lhe foi solicitado que fossem retiradas do resumo do
projeto por ela submetido (e aprovado para financiamento) as palavrinhas
mágicas “climate change” (mudança
climática). Na verdade, o e-mail do(a) funcionário(a) é bastante explícito,
pois fala abertamente da necessidade de literalmente “remover” termos como “climate change” e “global warming” (aquecimento global), a fim de se adequar a
“restrições orçamentárias da Presidência”. A pesquisadora publicou um print desse e-mail em sua página pessoal
no Facebook, mas retirou posteriormente. Nele, aparecia o resumo original, que
mostra que a pesquisa está voltada para o comportamento dos “sapais”
(ecossistema costeiro alagado pela água salgada) em condições de excesso de
nitrogênio, o que poderia comprometer a sua capacidade de sequestro de carbono
e até, no processo de decomposição, fazer com que eles liberem CO₂ e
intensifiquem o efeito estufa.
A frase que dá nome a este blog foi proferida por Jim Hansen, pesquisador senior da NASA, preso num protesto em frente à Casa Branca. Refere-se à necessidade de que os cientistas do clima comuniquem à sociedade seus conhecimentos pois estes se relacionam a questões cruciais para o futuro do gênero humano e da vida no planeta. O megafone da foto simboliza essa atitude de falar sobre o risco climático em voz alta, de forma enfática e com o maior alcance possível.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Negacionismo, esse Pinóquio Zombie
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Negacionismo, esse Pinóquio zombie... |
Claro, mesmo sabendo da "Assimetria de Brandolini" ("a quantidade de energia necessária para refutar bobagens é uma ordem de magnitude maior do que para produzi-la"), não há saída mágica. Só informação pode dar conta de enfrentar o negacionismo, esse Pinóquio zombie que tanto mente compulsivamente como se recusa a assumir que está morto e apodrecido. Neste "post" selecionamos alguns dos mitos negacionistas que insistem em se levantar da tumba e cuja refutação apresentamos em nossa fanpage no Facebook.
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Serra Leoa: precisamos falar de pobreza, desigualdade e mudanças climáticas
Quase 500 mortes confirmadas e
mais de 600 pessoas ainda desaparecidas. É o saldo terrível dos deslizamentos
ocorridos em Serra Leoa nos últimos dias. A pouca atenção da mídia internacional
à catástrofe em si faz com que o silêncio paire ainda mais absoluto sobre dois
aspectos intrinsecamente ligados a ela: a
pobreza e as mudanças climáticas.
Serra Leoa é o país de menor
expectativa de vida do mundo: 50,1. É também o 178o menor PIB
per capita segundo a ONU e o 9o menor Índice
de Desenvolvimento Humano. Seus habitantes emitem uma quantidade
insignificante de gases de efeito estufa: apenas 0,2 toneladas por habitante
por ano, uma pegada 12,5 vezes menor do que um “brasileiro médio” e mais de 80
vezes menor do que a média de quem mora nos EUA.
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