quarta-feira, 7 de março de 2018

A Ficha Vai Ter de Cair

O famoso "cartoon" de Laerte: mais atual do que nunca!
Publicação desta semana na Nature aponta ainda mais nitidamente para uma dura realidade. Os cenários para 1,5°C demandam: abandono rápido das fontes fósseis, remoção de CO2 atmosférico *E*, pelo menos contenção do crescimento da demanda energética, o que inevitavelmente impõe "mudanças nos padrões de consumo".

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Clive Hamilton no Guardian: "O grande silêncio climático: estamos no limite do abismo, mas ignoramos"

"Como podemos entender o miserável fracasso do pensamento
 contemporâneo em enfrentar o que agora nos confronta?"
 Fotografia: Piyal Adhikary / EPA

O grande silêncio climático: estamos no limite do abismo, mas ignoramos

Clive Hamilton

Continuamos planejando o futuro como se os cientistas do clima não existissem. A maior vergonha é a ausência de um sentimento de tragédia. 

Após cerca de 200 mil anos da existência dos humanos modernos em uma Terra de 4,5 bilhões de anos, chegamos a um novo ponto da história: o Antropoceno. A mudança veio sobre nós com velocidade desorientadora. É o tipo de mudança que geralmente leva duas, três ou quatro gerações para ser assimilada.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A Bioenergia com Captura de Carbono (BECCS) poderá nos salvar?

A ideia de que existe uma saída tecnológica "mágica" na
cartola ou na manga para a crise climática é ilusória. Mas
há setores que apostam nessa ilusão para continuarem na
lógica do lucro hoje (com os combustíveis fósseis) e no
futuro próximo (seja com BECCS ou geoengenharia).
Uma sigla que já está presente nos debates sobre a crise climática e que possivelmente deverá chegar à arena pública em algum momento é BECCS (Bioenergia com Captura de Carbono). Trata-se de uma promessa de futura tecnologia de mitigação, casando a geração de energia com a captura e armazenamento de carbono (CCS). A ideia é que biomassa e biocombustíveis seriam utilizadas na indústria e em usinas de energia dotadas de equipamentos para realizarem o sequestro de CO₂ (injeção do mesmo em formações geológicas ou fixação química). Gerar energia não só sem emitir CO₂ mas retirando-o da atmosfera parece ser a salvação do planeta. Aviso de Spoiler: mesmo que a tecnologia já existisse, só parece...

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Cadê o aquecimento global? Parte I - Frio nos EUA

Para sermos mais precisos, se a esmagadora maioria de especia-
listas em clima nas universidades e institutos de pesquisa ou
meia dúzia de pessoas mal informadas ou com extrema má fé...
"E esse frio todo?" é uma pergunta usada de maneira recorrente, explícita ou implicitamente para questionar as mudanças climáticas, seja ela referente a dias muito frios em sequência no Sul e Sudeste do Brasil seja na costa leste dos EUA. Incautos e militantes do negacionismo adoram fazer distorções em tornos desses eventos (e outros como neve no Saara e até granizo no sertão), não sem uma confusão completa entre tempo e clima, para provocar confusão na opinião pública. É algo inclusive praticado por jornalistas sem compromisso com a informação como Alexandre Garcia (que recebeu resposta minha à altura no twitter) e por políticos não apenas de direita (como o filho de Bolsonaro) mas também de esquerda como Aldo Rebelo. Este é o primeiro de uma série de artigos sobre esse tópico com o objetivo precisamente de separar o joio do trigo e contribuir não apenas para desfazer a confusão entre tempo e clima relacionada a esses eventos, mas também para trazer informações sobre a formação de eventos extremos dessa natureza.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Brasil na contramão: enquanto a temperatura sobe, a broca de perfuração desce.

(Adaptação de artigo publicado na NACLA/Report of the Americas)
Link para o original: http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/10714839.2017.1409018

Artigo publicado na revista NACLA
(Report of the Americas)
A ciência é nítida: o clima está aquecendo como resultado da acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera, em particular o dióxido de carbono, mas também o metano, o óxido nitroso e os halocarbonetos. A fonte desse desequilíbrio químico é, em geral, antrópica, especialmente devido ao consumo e uso de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural. O grande volume de evidências sobre o aquecimento global vem de um conjunto abrangente de observações, incluindo não apenas medidas da temperatura da superfície, mas também medições do ar superior e estimativas do satélite. Estas evidências são altamente consistente com as observações de outros fatores do sistema climático, incluindo o aumento do nível do mar, a perda de gelo marinho e o recuo das geleiras, a acumulação de calor e a acidificação nos oceanos mundiais e mudanças em uma grande quantidade de ciclos biogeoquímicos complexos. Os recordes consecutivos de temperaturas da superfície média global em 2014, 2015 e 2016 não são, portanto, coincidências. E 2017, mesmo sem El Niño, encerrou essencialmente empatado com 2015, apenas um décimo de grau abaixo de 2016.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Guardian: Nova York desinveste dos combustíveis fósseis e processa petroleiras!

Nova York planeja desinvestir US $ 5 bilhões dos combustíveis fósseis e processar empresas petrolíferas

Prefeito Bill de Blasio: "Cabe às empresas de combustíveis fósseis, cuja ganância nos colocou nesta posição, arcar com o custo de tornar Nova York mais segura e mais resiliente"

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

2017: Dez Imagens de um Ano de Extremos

2017 provavelmente deve encerrar como o 3° mais quente do registro histórico, atrás de 2016 e 2015, anos influenciados pelo segundo mais intenso evento de El Niño já registrado e segundo a NOAA, de Janeiro a Novembro, a anomalia média de temperatura combinada sobre continentes e oceanos era de +0,96°C. Mas não nos enganemos que isso represente uma "pausa" ou uma redução do fenômeno do aquecimento global. Pelo contrário, mostra que mesmo sem a ajuda da variabilidade natural (sem El Niño), a contribuição humana segue sendo determinante para esquentar perigosamente nosso planeta. E nesse sentido, não podemos esquecer dos eventos extremos, que ceifam vidas humanas e não-humanas e colocam em sério risco os ecossistemas. Nesta publicação, vamos mostrar dez imagens de extremos que marcaram 2017. A última vai deixar você perplexo(a).

Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas

Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais ...

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