Nas últimas duas semanas pensei várias vezes na frase
“quanto mais rezo, mais assombração me aparece”. Daí lembrei que, como bom
ateu, nem rezo nem deveria acreditar em assombração.
Mas com efeito, certas assombrações do mundo real existem e
são, além de teimosas, nocivas. Há diversas pragas anticientíficas, incluindo o
criacionismo, a negação de que o homem tenha ido à Lua, o movimento antivacina
e até o terraplanismo, mas o negacionismo climático é certamente a mais prejudicial.
Envolve vínculos econômicos poderosíssimos (como mostramos em artigo na Revista Vírus) e
chegou à presidência da nação mais poderosa do planeta através de Trump, o Nero Laranja. Diferente
de outras fraudes anticiência, o negacionismo climático incide sobre políticas
públicas e o faz justamente quando sabemos que as consequências da inação serão
profundas e duradouras quanto mais seguirmos com os “negócios como sempre”.