quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fulano, cara... para de fumar!



Fulano não está se sentindo bem, com sintomas de cansaço, pressão alta, etc. Vai a um médico e este diz: "Você está com problemas respiratórios e cardíacos. Você fuma?" Ao receber a confirmação, o médico, ainda cauteloso, faz alguns exames e conclui: "Provavelmente a causa desses problemas é o cigarro, mas ainda são reversíveis. Basta que você pare de fumar."

Não satisfeito, Fulano procura outro médico, e outro, e mais outro. A ampla maioria dos médicos afirma a mesma coisa, isto é, que é "extremamente provável" (alguns dizem, é "praticamente certo") que o problema esteja ficando sério e que a maneira mais segura de se preservar para males ainda piores seria parar de fumar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Relatório do PBMC aponta risco grave associado à mudança no Clima.

Até 6 graus de aquecimento na Amazônia na estação de inverno. Possibilidade de 30% de redução na vazão do São Francisco. Aumento da intensidade e frequência das enchentes e deslizamentos, atingindo populações em áreas de risco. Impactos profundos em nosso País, recaindo sobre os mais pobres e vulneráveis são consequências prováveis ao longo do século XXI em cenários globais de elevadas emissões de gases de efeito estufa, segundo o 1º Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Escrevo este "post" durante o lançamento do mesmo na Conferência de Mudanças Climáticas, em São Paulo.

O Painel repete a estrutura do IPCC de 3 grupos de trabalho (GTs): um, que investiga as bases científicas da mudança no clima, outro que avalia vulnerabilidade, impactos e possibilidades de adaptação e um terceiro, que trabalha na construção de políticas de mitigação. O 1º Relatório foi escrito com a contribuição de centenas de cientistas brasileiros, dentre os quais me incluo, na condição de autor principal de um dos capítulos do GT-1.

O Relatório indica riscos claros associados à mudança no Clima para a sociedade brasileira. É preciso dar uma mensagem mais clara e objetiva à sociedade: estamos diante de um desafio sério, real. Precisamos defender o direito à qualidade de vida das futuras gerações.

sábado, 7 de setembro de 2013

Piscar de olhos, ou menos...

Seguindo a metáfora da publicação anterior (5 minutos), fiz um levantamento de alguns paralelos entrea rapidez atual das mudanças climáticas e ambientais impostas pelas atividades humanas (com destaque, sempre, para a emissão de dióxido de carbono associada à queima de combustíveis fósseis) e outros momentos da história geológica terrestre na literatura científica. Espero que esse tipo de comparação, que aproxima a idéia abstrata de tempo geológico em tempo humano, possa contribuir minimamente para enxergarmos melhor a gravidade e a urgência de um novo rumo civilizatório, livre dos combustíveis fósseis.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

5 minutos. Somente 5 minutos...

Estamos quase às vésperas da divulgação da primeira parte do 5º Relatório do IPCC, provavelmente o mais extenso esforço coletivo já visto por parte de especialistas de qualquer ramo científico.

Antes dele, será divulgado o 1º Relatório do PBMC, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, inspirado no IPCC. Tenho orgulho de, voluntariamente, ter contribuído como autor na elaboração desse documento.

As conclusões de tais documentos são muito sérias. Na figura de linguagem colocada por Rajendra Pachauri, estamos a 5 minutos de uma meia-noite climática. Estamos muito provavelmente bastante próximos de pontos perigosos de não-retorno.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Defender o Sistema Climático Terrestre implica em combater a Privatização do Petróleo

A grande notícia global da semana passada foi que o limite de 400 ppm de CO2 atmosférico foi atingido, graças à incessante queima de carvão, petróleo e gás. É um momento adequado para lembrar que somente 1/5 das reservas fósseis pode ser extraída sem que ultrapassemos o já perigoso patamar de 450 ppm. Também para lembrar que já hoje e para além desse limite climático, extração e transporte de óleo em mares profundos, florestas, envolve riscos ambientais cada vez maiores. Desastre global e desastres locais se combinam e se misturam numa única agressão ao sistema terrestre.

Algo que deveria ser a grande manchete nacional, mas é convenientemente escondido pela mídia, é o retorno à cena da privatização do petróleo no Brasil. E em "grande estilo", com uma rodada de licitação gigantesca, sendo leiloados 289 blocos, que equivalem a 155,8 mil quilômetros quadrados de área distribuídos por 11 bacias (166 estão no mar, sendo 94 em águas profundas e 72 em águas rasas, enquanto os restantes 123 estão em terra). Isto é quase o dobro do número de blocos colocados a leilão durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso (154) e, estima-se, equivale a nada menos do que 30 bilhões de barris de petróleo, duas vezes as reservas controladas pela Petrobrás.

sábado, 11 de maio de 2013

Trezentos, quatrocentos, quinhentos...


O dia 09 de Maio de 2013 estabeleceu um
marco histórico, ao termos, pela primeira
vez, uma média diária de concentração de
 CO2 acima de 400 ppm. As perguntas agora
serão sobre quando teremos a primeira semana,
o primeiro mês e o primeiro ano da história
com concentração média acima de 400 ppm. 
9 de Maio de 2013: os instrumentos do observatório de MaunaLoa registraram, pela primeira vez desde que as medidas se iniciaram, uma média diária de concentração de dióxido de carbono (CO2) acima de 400partes por milhão (ppm). O valor foi excedido em apenas 3 centésimos de ppm (a média diária registrada foi 400,03), o que evidentemente, do ponto de vista físico, não faz nenhuma diferença, por exemplo, em relação a 399,99. Também é preciso dizer que, em virtude do ciclo anual da vegetação no Hemisfério Norte, é em Maio que as concentrações de CO2 atingem seu pico e certamente uma média anual de 400 ppm talvez ainda requeira 3 anos para se configurar. O valor do dia 09/05/2013 é suficiente, porém, para servir de marco simbólico.

Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas

Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais ...

Mais populares este mês